Efeito biriba
20/01/2020

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As ripas roliças vêm fazendo o maior sucesso no design de interiores, tanto externo quanto interno. Além de extremamente decorativas, são resistentes


Você já ouviu falar em biribas de madeira? O termo vem do nome popular da árvore usada para a confecção do famoso instrumento de som baiano, o berimbau. Mas essas vergas também podem ser feitas de eucalipto tratado. São finas e roliças, e capazes de criar uma cena muito charmosa e aconchegante na decoração da casa, sejam como divisórias, coberturas de varanda e de living outdoor ou em gazebos, pergolados, caramanchões, sombreiros de praia, garagens, entre outras aplicações.

Além do conforto, o jogo de luz natural criado pelo conjunto de varas, alinhadas lado a lado nessas coberturas, gera um efeito incrível. Quem explorou esse recurso no melhor estilo foi o escritório de engenharia Carpinteria Estruturas de Madeira em parceria com a arquiteta Patrícia Bergantin. "O uso das biribas para dar o efeito de meia-sombra foi a escolha para conferir um efeito mais natural à cobertura do Bar da Cacheira, no Guarujá, litoral Norte de São Paulo”, conta o engenheiro Alan Dias, sócio da Carpinteria. “As biribas, feitas de galhos de eucalipto tratado, possuem uma irregularidade que forma efeitos sombreados orgânicos, trazendo mais paz e tranquilidade em quem está em contato com o mar e com a natureza", inspira-se o engenheiro.

Esta madeira, aliás, é ideal para locais expostos a intempéries por sua resistência e durabilidade. Mas é importante estar atento ao tratamento dado às ripas. Ele é que garantirá tais qualidades. Nas melhores empresas, as árvores são selecionadas para cada aplicação dentro de florestas sustentáveis, abatidas e cortadas nas dimensões desejadas, então descascadas, ficando em repouso no processo de secagem controlada. Após a secagem são enviadas para a usina de tratamento, onde mais uma vez são escolhidas para o processo de imunização.

O tratamento consiste em impregnar as peças com uma solução de sais hidrossolúveis, tornando-as imunes a fungos, insetos e outros agentes nocivos. Isso é feito por meio da autoclave, responsável pelo vácuo e pressão que retira a umidade da madeira, enquanto injeta a solução preservativa.

A madeira tratada fica com uma cor levemente esverdeada e sua superfície, livre de resíduos, com alta resistência, atóxica, inodora, podendo ser utilizada ao natural ou com qualquer tipo de acabamento, como ceras, vernizes ou pinturas. E o melhor: com uma durabilidade equivalente às madeiras nobres.

Foto: Maraí Senkevics