Empresa comemora o octogésimo aniversário inovando na confecção de mobiliário de alto padrão. 

 

Por trás da marcenaria da Segatto, há valores no ventre de uma saga familiar que percorre todas as transformações político-sociais, industriais e econômicas do Brasil República.

Uma história que se inicia com a dor de uma partida e a descoberta de um novo mundo, quando em 17 de novembro de 1924, o carpinteiro italiano Giovanni Segatto, a esposa, Maria Pasinato Segatto, e o filho mais velho, Angelo Ferruccio, desembarcaram no Brasil vindos da região de Vêneto, na Itália.

Em São Paulo (SP), a família Segatto encontrou uma cidade em plena urbanização e expansão industrial. Um ar de oportunidade e crescimento que Giovanni respirou, mais precisamente na então mata virgem da Vila Monumento. Lá, no bairro símbolo da Independência do Brasil, tornou-se responsável pelas artes em madeira das casas, como telhados, janelas e portas de um novo loteamento que estava nascendo na região.

Os negócios prosperaram com a sociedade com Anthony Frank, dono de uma oficina, com salão e maquinário. Nascia, em 1936, a Segatto e Frank, uma história cujo foco na carpintaria artesanal consolidou em obras importantes na região do Autódromo de Interlagos, do Aeroporto de Congonhas e do Jardins.

Outro diferencial foi o uso natural das madeiras nobres brasileiras de boa qualidade e de diferentes cores, o que se torna significativo para o desenvolvimento da Segatto e da escolha da empresa por seus clientes, dentre os quais muitos membros pertencentes à aristocracia paulista da época.

Com o falecimento de Frank em meados dos anos 1950, a sociedade é herdada pelo irmão de Giovanni, enquanto seus filhos, Angelo Ferruccio e Renato aprendiam o ofício. Assim, inicia-se a trajetória de uma empresa única e familiar, sob o nome Segatto.

Enquanto o Brasil investia cada vez mais na industrialização de Juscelino Kubitschek e experimentava ciclos de forte crescimento econômico com outros de recessão, a Segatto aposta na flexibilidade para lidar com os desafios. O lema escolhido não poderia ser mais propício para o momento: estar de olho no futuro.

Com o falecimento de Giovanni em 1962, os filhos, Angelo Ferruccio e Renato Segatto, assumiram a direção da empresa, que entra numa nova – e decisiva – fase de sua história ao fazer a junção da carpintaria com a marcenaria de excelência. Na base do processo para a confecção dos móveis em matérias-primas, como jacarandá, freijó, cerejeira, peroba, ipê, pau-marfim e até pau-brasil - começaram a caracterizar o mobiliário de alto padrão e os interiores modernos brasileiros.

O lema estar de olho no futuro se consolida na confecção de móveis e promove mais um nome da família italiana – o jovem estudante de design João Segatto, a frente do desenvolvimento de desenho técnico da empresa, tendo agora como sócio o cunhado Osmar Fernandes, responsável pela gestão e finanças.

O Brasil redemocratizado e a posterior modernização do boom pós-Real tornou-se uma necessidade para a indústria moveleira nacional, que precisou se reinventar frente ao crescente mercado consumidor e a concorrência de filiais estrangeiras.

Em 1995, Osmar Fernandes convidou outro cunhado, José Dragone, para integrar o time da empresa. Esta época marca também a aquisição da Movelarte, que se converteu em uma segunda unidade da Segatto e o número de funcionários passou de 30 para mais de 70.

Foi o momento de a Segatto se mostrar ao mundo e apostar nos seus diferenciais, como o desenvolvimento de uma linha de produtos em 1999 para se converter em loja própria na rua Gaivota, no bairro paulistano de Indianópolis. Em seguida, veio a inauguração do showroom no espaço atual na tradicional alameda Gabriel Monteiro da Silva e experiências no exterior em feiras e salões de design, ajudando na divulgação de ideias, produtos e profissionais brasileiros.

O fim dos anos 1990 marca também um dos maiores desafios da empresa: desenvolver o forro totalmente móvel de um dos maiores ambientes da cidade, a Sala São Paulo, com a proposta de ser referência em acústica de qualidade internacional. Logo na sequência, mais um trabalho marcante: confeccionar a marcenaria do novo Templo Zu Lai, em Cotia (SP).

Sempre atenta às mudanças e à personalização, a Segatto entra no século XXI cada vez mais desenvolvendo projetos adequados ao perfil de seu cliente. Surge, assim, um novo slogan da marca que a acompanha até hoje: a vida pensada em detalhes.

A filosofia, sempre presente no DNA da empresa, ganha mais força com um novo planejamento de marca. A primeira ação foi o processo de expansão, iniciado com a reformulação da loja da alameda Gabriel Monteiro da Silva, em 2011, para servir de referência às outras. Na sequência, a parceria continuou com a inauguração da loja em Santos com coleções adequadas ao litoral paulista.

Em 2004, houve a mudança da fábrica para o município de Diadema (SP), no espaço atual de 3 mil m2.  A empresa ainda tem incorporado preocupações do século XXI, com o uso exclusivo de madeira de reflorestamento e a colaboração de comunidades especiais para sua produção artesanal em escala industrial, contribuindo para a sustentabilidade ecológica e o desenvolvimento social.

Na gerência dessa nova etapa de expansão, a empresa promove Luana Segatto e, concomitantemente, apresenta a quarta geração da família a atuar na empresa.

Recentemente, inaugura mais um showroom – dessa vez, na cidade de Campinas (SP), a fim de atender ao exigente e amplo mercado do interior paulista.

Diante de mais um panorama de crise econômica e política como a atual, a Segatto aposta no lema riscos e oportunidades para vencer o medo da recessão. Em uma ação bem planejada, assume o slogan da campanha 80 anos mais jovem: experiência é vida + juventude é um estado de espírito.

O ponto de partida é a coleção Yurb, focada no público mais jovem e urbano, muito ligado à cidade, inspirada no young & urban com seus signos urbanos que invadem o estilo de vida do cidadão multicultural.

Segundo João Segatto, "de olho no crescimento sustentável, as novidades para o próximo ano são uma nova coleção de cozinhas  e dar sequência ao nosso plano de expansão". Deixando para trás mais uma crise como tantas que marcaram a história da empresa, a octogenária Segatto se revela mais jovem do que nunca, cultivando valores que nortearam a vinda desta família italiana para o Brasil nos anos 1920: estar de olho no futuro.

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